quarta-feira, 21 de março de 2007

Notas sobre as atividades de denúncia da guerra na Tchetchênia em Portugal e Espanha


Entre os dias 15 de fevereiro e 03 de março foram realizadas uma série de atividades de denúncia da guerra na Tchetchênia em Portugal e Espanha: conversas, debates, exibição de filmes e fotos relacionados a um dos conflitos mais intensos e silenciados na atualidade. Enquanto a invasão do Iraque e o genocídio de seu povo é televisionado e noticiado para o mundo, a guerra na Tchetchênia escapa aos documentaristas e aos jornalistas – mesmo porque as estratégias de terrorismo de Estado em curso na Rússia impossibilitam os poucos trabalhos e as poucas vozes dissonantes possíveis neste momento.

Dessa maneira procuramos alguns centros de cultura social para compartilhar as informações sobre a guerra na Tchetchênia – informações sintetizadas na publicação “Terrorismo de Estado na Rússia: a guerra na Tchetchênia nos descaminhos da indústria da violência”, organizada a partir da Ação Literária pela Autodeterminação dos Povos, e que resultou de longas pesquisas, ações e vivências na Rússia com movimentos anti-militaristas e ativistas ligados à defesa dos direitos humanos na Tchetchênia.

Tanto em Sevilha e Málaga (Espanha), como nas cidades do Porto, Aljustrel e Lisboa (Portugal), encontramos movimentos e coletivos que nos receberam com comovente solidariedade – e que demonstraram a viabilidade prática e cotidiana dos princípios de autoorganização, ação direta e luta anti-capitalista na ocasião dos encontros, nos debates e na hospitalidade.

Os frutos desses encontros não colheremos neste momento, até porque o tema da guerra na Tchetchênia foi abordado sempre de maneira ampla. Procuramos estimular outras temáticas, trocar materiais e publicações diversas, dinamizar os espaços de luta social e semear futuras ações e intervenções. Assim, agradecemos a todos pelo auxílio e pela possibilidade de realização destas atividades, e esperamos até o mês de agosto realizar outras intervenções que possam celebrar a vida e a resistência nas terras do norte.

Agradecimentos especiais: Ana (Sevilha); Centro Social Ocupado e Autogestionado Casas Viejas; Carlos (Málaga); Centro Social em Málaga; Samuel, Paula, Miriam e David (Aljustrel); Centro de Cultura Anarquista Gonçalves Correia; Cristina e tod@s de Casas Vivas (Porto); José Maria e
tod@s da BOESG (Lisboa).

Um comentário:

Sergio disse...

Parabéns a todos que fazem essa ação coletiva. Iniciativas marcadas por tanta solidariedade, em que em dois países são denunciadas guerras de um terceiro são um sinal de que a luta por um mundo justo é de todos nós.
Um abraço!